O expedicionário João Batista Moreira, filho do Sr. Leontino Moreira e de D. Maria do Carmo Moreira, conta atualmente 22 anos de idade, tendo sido convocado em 1943, ocupando na FEB o posto de cabo. Residia nesta capital, à rua Cambuquira, 584, sendo funcionário da Casa Maior. Do front italiano, o jovem combatente mineiro já dirigiu várias cartas a pessoas de sua família. A que abaixo transcrevemos foi endereçada ao seu progenitor. Está assim redigida: “Caríssimo pai. Peço a sua benção. Que, ao receber esta, o senhor esteja em perfeito gozo de saúde, como todos aí de casa, é o que desejo, sinceramente. Eu, graças a Deus, como sempre, estou com muita saúde e cheio de disposição para enfrentar a situação presente. Aqui, tudo vai bem. A única coisa com que não me acostumo é viver longe da casa paterna; mas, tenho fé em Deus, será breve o nosso regresso, levando a vitória para o nosso Brasil. Pai, como filho, peço que, se por acaso receber a notícia de que eu morri, e se o Brasil tiver de mandar mais tropas, que o senhor mande mais um de seus filhos, para esmagar o inimigo de nossa terra, aqui, na Europa. Temos de vencer definitivamente os nazistas, a fim de evitar para sempre que eles cometam novos atentados contra as outras nações.
Do filho e amigo, (a) João Batista Moreira. P.S. O Gastão e o Chiquito estão bons e enviam lembranças. Não estou precisando de nada”.
Trecho da época:
O Sr. não pode calcular o que é um país invadido! Eu tenho visto as conseqüências dessa triste realidade. É preferível, mil vezes, morrermos todos, a permitir que o inimigo pise em território brasileiro. Não se preocupe comigo, pois saberei defender-me. Sem mais, envio um forte abraço para o meu querido pai e outros tantos aí de casa.
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