quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Hitler apoiava a missão de Hess na Inglaterra, diz diário

Hitler apoiava a missão de Hess na Inglaterra, diz diário

O voo de Rudolf Hess para a Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial, numa estranha tentativa de conseguir a paz, foi apoiado por Adolf Hitler, de acordo com documentos recém-revelados.

A história registra que o número três do Terceiro Reich estava agindo sozinho quando pilotou um Messerschmitt Me 110 até a Escócia em maio de 1941. Ele saltou de paraquedas sobre Renfrewshire e foi preso por um fazendeiro com um forcado.

Hess estava aparentemente tentando contatar o Duque de Hamilton para iniciar conversações de paz com Winston Churchill, sob sua própria iniciativa. Hitler supostamente até mandou que aeronaves decolassem para interceptá-lo no ar.

Mas um diário de 28 páginasdescoberto nos arquivos russos contraria essa teoria e indica que Hitler estava ciente da missão. Foi escrito em 1948 pelo Major Karl-Heinz Pintsch, um antigo ajudante de Hess.

Pintsch foi capturado pelos soviéticos e passou anos sob tortura einterrogatórios.

No diário ele escreve que Hitler esperava que um “acordo com os ingleses fosse bem-sucedido”. Conta ainda que a tarefa de Hess – cinco semanas antes de a Alemanha lançar sua invasão da União Soviética – era “conseguir, senão uma aliança militar da Alemanha com a Inglaterra contra a Rússia, pelo menos uma neutralização da Inglaterra”.

As transcrições dos interrogatórios de Pintsch, encontrados nos mesmos arquivos em Moscou, mostram que Hitler não ficou surpreso quando chegaram notícias da prisão de Hess.

Uma parte destacada diz: “Ele não amaldiçoou nem se enfureceu com o que Hess fez. Ao invés, disse calmamente: ‘Nesse momento particular da guerra, essa foi uma jogada de risco”.

Hitler então continuou lendo uma carta que Hess tinha-lhe deixado. Ele leu esta significativa passagem em voz alta: ‘E se este projeto... terminar em falha... sempre será possível para você negar toda a responsabilidade. Simplesmente diga que eu estava louco”.

Foi exatamente isso que aconteceu, com Hitler e Churchill alegando que Hess estava louco. Hess sobreviveu à guerra e foi julgado em Nuremberg por crimes de guerra.

Ele foi sentenciado à prisão perpétua e passou mais tempo atrás das grades do que qualquer outro líder do Terceiro Reich antes de suacontroversa morte na prisão de Spandau, perto de Berlim, em 1987, aos 93 anos.

Em Nuremberg, Hess parecia estar distraído, esquecido e mentalmente perturbado – exatamente a figura que Hitler descreveu após a mal-sucedida missão.

Mas os diários de Pintsch, que logo serão entregues aos historiadores alemães para análise, podem sugerir que isso foi uma atuação. Além de ajudante de Hess, Pintsch também era um amigo de confiança e um conselheiro, que conheceria os segredos de seu mestre.

E coube a Pintsch contar à Hitler do insucesso da operação. Ele agora era uma perigosa testemunha e foi preso, sendo mandado para a solitária até ser enviado para o Front Leste em 1944.

Capturado pelos soviéticos, Pintsch foi libertado em 1955. Ele nunca mais pôde segurar uma faca ou um garfo pelo resto da vida, devido ao grau dos danos que suas mãos sofreram durante as torturas.

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